O processo criativo remete para a casa como espaço íntimo do quotidiano feminino através de cenários interiores, não acessíveis mas reconhecíveis ou imagináveis, evidenciando aberturas que convidam à participação do observador tornando-o um voyeur. As janelas que se abrem, as paredes que se quebram e as portas que se escancaram mostram a interioridade da esfera doméstica: uma quase solidão, um diálogo interior, um estado de alma. Os ambientes arquitetónicos aparentemente vazios evidenciam a delicadeza das figuras femininas, exibidas em situações passivas, enfatizando a serenidade da casa. Deste modo, é entre paredes que se materializam as suas narrativas em que o processo artístico evoca a pintura de género apresentando lugares comuns que permitem a entrada num universo familiar através da ambivalência: o interior e o exterior. Lara Roseiro
2020
PAREDES QUE GUARDAM HISTÓRIAS
Museu Municipal de Coimbra / Galeria Almedina - Coimbra
26 de Novembro 2020 a 10 de Janeiro 2021
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