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  • Writer's pictureLara Roseiro

BLAART: OS PINCÉIS LIBERTADORES DA LARA

Updated: Apr 9, 2021



Blaart é uma plataforma online que tem como objetivo divulgar e promover artistas emergentes.

Publicaram esta entrevista sobre o meu trabalho:


Quem é Lara Roseiro?

Sou uma pessoa reservada. O atelier é o meu refúgio, a minha liberdade e onde materializo as minhas ideias. Sou licenciada em Pintura pela Escola Universitária das Artes de Coimbra - ARCA/EUAC (2003) mas soube-me a pouco e, mais tarde, concluí o mestrado em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2013) com a tese “Femmage e heranças do labor feminino”.

Sou uma artista com um percurso em várias disciplinas artísticas. Já executei diversos murais na técnica de mosaico em espaços públicos e privados. Apesar de serem trabalhos por encomenda e podendo haver tema, o trabalho era livre, sendo um desafio não só pela escala mas, no caso da obra pública, pelo convite ao diálogo e o contornar do quotidiano do outro. No mestrado desenvolvi a instalação e o bordado contemporâneo e investiguei o feminismo na produção artística. Neste momento, o processo criativo está mais direcionado para a pintura sobre tela.


Como nasceu o interesse pelas artes?

O interesse começou na infância, sempre rabisquei muito, bem como fui estimulada pelos meus pais na procura e em ver exposições. Na adolescência apaixonei-me pela pintura através da realização do meu primeiro trabalho a óleo. Nunca mais parei!


Onde encontras inspiração?

Encontro referências no quotidiano e na constante procura do tudo e do nada: as leituras, as exposições, as viagens e as conversas com o outro que, assim, impulsionam a memória e a sensibilidade. Estas são as narrativas que concretizo diariamente, sendo que o universo feminino é o tema chave do meu processo criativo. Ter o atelier em pleno Parque Natural da Serra da Arrábida é inspirador e é um privilégio trabalhar ao som da natureza.


Quais os próximos projetos?

Irei participar na próxima Bienal de Salerno, em Itália, em outubro. Também estou a preparar uma exposição individual intitulada “A Casa” que se irá realizar no Centro Cultural de Caldas da Rainha igualmente em outubro. Esta mostra apresentará «pintura» e «para lá da pintura». A «pintura» materializa apontamentos narrativos apresentando interiores de habitações sempre com a presença feminina. Os ambientes arquitetónicos aparentemente vazios entre cortinas ou janelas entreabertas evidenciam territórios e objetos domésticos identificáveis que remetem para recantos protetores do quotidiano íntimo das figuras; uma quase solidão, um diálogo interior. «Para lá da pintura» apresenta uma multiplicidade de técnicas – bordado, assemblage, instalação – que materializam e humanizam memórias de infância e que se articulam através de objetos apropriados, alguns ligados ao lavor feminino da hierarquia avó-mãe e outros de caráter kitsch, decorativo ou doméstico, assentes em paradigmas de construções sociais de género. A casa, aqui, aparece como um lugar de clausura gerador de uma ideologia de feminilidade e de domesticidade, desvendando histórias e sentimentos de mulheres anónimas, conhecidas ou familiares, levantando questões do seu mundo privado. Trata-se, pois, de um trabalho com uma carga narrativa autobiográfica que, também, aborda estereótipos de amor e romance encontrados em literatura, mitos ou brinquedos, evocando a esfera doméstica.

Encontro-me também a iniciar um novo processo criativo, que ainda se encontra numa fase embrionária, em investigação e experimentação mas sempre com um vínculo ao universo feminino.




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